Bolhinhas que fazem milagres

Aprendi cedo que uma boa mousse ou um bom pudim devem, necessariamente, ser leves, aerados e cremosos. Minha avó dizia que "pudim tem que ser furadinho, senão não presta". Este era seu segredo. O pudim de leite condensado dela era famoso, de calda dourada, bem batido, cheio de bolhinhas de ar. Farinha, nem pensar! Heresia. As pequenas bolhas de ar por toda a extensão de um pudim ou mousse falam sobre sua leveza, delicadeza.

Não aguento pudins que oferecem resistência à colher e viram um doce de corte. Sinto-me imensamente frustrada quando às vezes "falsas bolhas" por cima enganam os olhos, e me fazem querer experimentar uma mousse ou pudim que acabam sendo "cortados" e "mastigados". Ah, que tristeza, que desperdício de calorias e de açúcar.

Aqui em casa, mantemos a gelatina e a maisena bem guardadinhas e deixamos o uísque dar o tom em uma mousse de chocolate que costuma arrancar gemidos. Aliás, esta receita deve valer milhões e não sei onde eu estou com a cabeça de deixá-la dando sopa por aqui. Mas aí vai, antes que eu mude de ideia.

Ingredientes:

6 colheres (sopa) açúcar
3 colheres uísque
6 ovos
1 pacote de manteiga sem sal (200 grs)
200 grs de chocolate meio amargo em barra Nestlè

Bater bem a gema até que desapareça seu cheiro característico e fique mais clara. Acrescentar o uísque, o açúcar peneirado, o chocolate derretido com a manteiga em banho maria. Tornar esta mistura homogênea, acrescentar as claras batidas em neve, bem duras, e levar à geladeira por, pelo menos, seis horas.

Na hora de servir, depois de bem gelado, pode-se acrescentar raspas de chocolate sobre o doce.

Agora, se quiser realmente embebedar esta bela mousse, uma fina camada de licor de amarula e lascas de amêndoas finas, em tacinhas individuais, antes de servir, criam uma sobremesa bem sofisticada.