Aromas, cores e delícias

Preciso confessar uma coisa. Eu nunca havia ido no Mercado Central até o último domingo. Pronto, falei.

Sou pseudo-mineira desnaturada, mas agora prometo que vou recuperar o tempo perdido. O tempo e os temperos, peixes, doces, especiarias, ervas, carnes, essências, queijos, pingas, artigos artesanais de todos os tipos, pastel encostado no balcão, abacaxi gelado no espeto, coxinha, empada, cerveja em pé também e todas as experiências mais que aquele lugar barulhento no centro da cidade oferece.

Para os (escassos) leitores de fora do Estado, o mercado de Belo Horizonte foi fundado em 1929 e é um dos lugares mais típicos da capital mineira. Vale uma visita no site oficial para ler receitas, "causos" e fatos sobre o local.

Saí de lá contente, após me perder meia dúzia de vezes naqueles corredores em caracóis, salvar um peixe dourado que pulara para fora do aquário, comer abacaxi gelado no palito pingando na roupa e ser repreendida umas tantas vezes por mirar a famigerada câmera do meu celular nos objetos mais banais.

Carreguei uma sacolinha de queijos, doce de leite, spray aromatizador de ambiente e planos de voltar e levar também um bocado daqueles artigos de decoração artesanais. Bauzinhos e lanternas, meus fetiches decorativos. Hmmmm... Também deveria ter comprado um bom pescado fresco e... veja, eu sei que ensaio fotográfico no mercado central é tema mais do que batido das aulas de fotografia da graduação de jornalismo, mas me deixe ser feliz no meu deslumbramento. Como diz meu pai, sou que nem "pinto no lixo" em mercados. Especialmente quando encontro uns poucos onde há uma diversidade para além das gôndolas de sempre!

Quando eu me formar de novo em alguma coisa, saio da festa de vestido longo e tomo a saideira em pé, em algum balcão deste canto querido da cidade, como fazem os bons belorizontinos.

Segue meu relato visual deste passeio.





















PS: Por falar em pinto no lixo, só queria deixar registrado aqui que apenas a parte da venda de animais vivos no Mercado me desagradou. Os bichos são mantidos em gaiolas pequenas, sob iluminação inadequada, mau cheiro, estresse e o contato de milhares de pessoas diariamente. São pintinhos, perus, coelhos, cães, gatos, filhotes, adultos, pombas, pássaros, todos amontoados num corredor pequeno.

Infelizmente, porém, as pessoas parecem não se interessar pelo tema. No último dia 13 de outubro, uma votação sobre a proibição da venda de animais vivos no mercado, que teria lugar na Câmara Municipal, não aconteceu por falta de quórum.