Pirâmide de "merenguinhos", ou virginianas na cozinha

Tenho uma madrinha, também virginiana, muito habilidosa na cozinha. Sempre que nos encontramos, as conversas vão desde história, passando por brechós, viagens e relatos de família, até astrologia. Às vezes passamos horas falando sobre como virginianos são ansiosos e neuróticos e rindo dos nossos próprios exemplos. E é claro que, invariavelmente, o tema da conversa gira em torno de comida.

Nas poucas vezes ao ano em que nos reunimos, ela executa e explica um prato que eu não conhecia - sempre um prato original, simples, rápido e saboroso. Bem ao estilo do nosso signo. Repito seus pratos em jantares entre amigas e as novidades são sempre comentadas e festejadas. Foi ela quem me deu a ideia de fazer purê de batata baroa como acompanhamento de uma picanha de forno; o cuzcuz com frutas secas de Natal também é criação sua.

Nos últimos dias nos encontramos no Rio. Ela me contava sobre as delícias da tia Nica, irmã de minha avó, enquanto comprávamos morangos despretensiosamente num supermercado. Então, teve a ideia de reproduzir um dos doces favoritos de Nica: a pirâmide de "merenguinhos" que, segundo ela, seria uma sobremesa bastante comum no Rio Grande do Sul.

Passamos numa delicatessen do Leme, uma daquelas portinhas que revelam um mundo de possibilidades, e compramos suspirinhos prontos. Levamos também creme de leite fresco e montamos a pirâmide assim:

300 gramas de suspiro, montados num prato em camadas, alternando morangos picados e creme de leite fresco batido com um pouco de açúcar. Para colorir, fios de uma calda rápida de chocolate, feita com quatro colheres de chocolate em pó, uma colher de açúcar, uma colher de manteiga e cerca de meio copo d´água, no fogo baixo. O ideal é deixar a pirâmide na geladeira por uns 30 minutos, para que o suspiro absorva os cremes e tudo fique bem fresquinho.

Irresistível a sequência e o depois:









É claro que o morango do topo desapareceu em segundos, e a pirâmide em si não durou nem meia hora.